O Cristão e o Emprego
O Cristão e o Emprego
Observações: Este artigo foi extraído do site Estudo da Bíblia, in “O Cristão eo Emprego, por Gary Fisher”. A RGOSPEL STP Lda, não se responsabiliza pelo seu conteúdo. Apenas republicamos para edificação e ampliação do conhecimento.
Quando Deus criou Adão no jardim do Éden, deu-lhe um trabalho para realizar: cultivar e cuidar do jardim. Isso foi antes do homem pecar e mostra que Deus pretendia que o homem trabalhasse mesmo que o pecado não tivesse entrado no mundo. Apocalipse 7:15 mostra que os fiéis no céu “servem” a Deus. O céu não deve ser encarado como uma folga infindável, mas sim como um período em que “trabalhamos” para o Senhor. Esse é o ideal do homem.
Quando Adão caiu, mudou a natureza de seu trabalho. Deus amaldiçoou o solo, de modo que produzisse espinhos e abrolhos (Gênesis 3:17-19). O trabalho do homem ficou mais difícil e laborioso. Dali em diante, o homem ganha o pão com o suor do seu rosto.
Como em todo aspecto da vida do homem, Deus deu instruções claras sobre o homem e o seu trabalho. Vamos examinar essas instruções com cuidado.
Qual a razão de trabalhar?
A Bíblia oferece várias razões por que o homem deve trabalhar. Primeiro, é a ordem de Deus. Paulo deixou isso bem claro em 2 Tessalonicenses 3. É óbvio que alguns dos tessalonicenses não estavam trabalhando. Paulo os repreendeu fortemente e os exortou para que todos trabalhassem. “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3:10-12). Em segundo lugar, o homem deve trabalhar para sustentar a si e aos que dele dependem. “Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e nada venhais a precisar” (1 Tessalonicenses 4:10-12). Devemos ganhar o próprio pão sem contar com a ajuda das outras pessoas. “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8). Deve ficar claro que o trabalho não é uma opção deixada a nosso critério; Deus nos manda trabalhar. Em terceiro lugar, devemos trabalhar para podermos ajudar as outras pessoas. “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Efésios 4:28).
Há, obviamente, exceções à ordem de trabalhar. Quem é esposa e mãe tem uma tarefa especial a desempenhar no lar (1 Timóteo 5:14; Tito 2:5). A Bíblia não sugere que as mulheres devam trabalhar fora além de trabalharem em casa. O papel de esposa e mãe geralmente é um trabalho de tempo integral. Há aqueles cuja saúde não permite que trabalhem. Há circunstâncias especiais em que alguém pode não estar apto para trabalhar ou em que alguém que trabalha ainda precisa de auxílio. Muitas dessas situações são mencionadas na Bíblia (veja Atos 2:44-45; 4:34-35; 6:1-6; 11:27-30; 2 Coríntios 8:13-15).
De modo geral, porém, devemos trabalhar e nos sustentar. Há quem não ache que isso seja necessário. Às vezes, os jovens que têm idade suficiente para se sustentar preferem ficar sem fazer nada e deixar que o papai e a mamãe cuidem deles. Alguns não trabalham simplesmente porque não encontram o emprego que lhes agrade, ou porque ninguém lhes veio oferecer um emprego. O desemprego é um fato de vida, mas o cristão que está se esforçando para agradar a Deus pode fazer da procura de um emprego um trabalho de tempo integral.
No emprego
Devemos ser aplicados em tudo o que fazemos (Eclesiastes 9:10). O livro de Provérbios trata muito do ocioso, o homem que se recusa a trabalhar. O preguiçoso faz tudo o que deseja, menos trabalhar. “O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar” (Provérbios 21:25). Inventa desculpas para evitar o trabalho: “Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas” (Provérbios 22:13). Está sempre precisando de descanso, de relaxamento e de folga: “Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso” (Provérbios 6:10). O escritor compara uma porta que abre e fecha com o preguiçoso que vira na cama. O trabalho necessário para levar a mão do prato à boca para se alimentar o deixa completamente exausto, e ele precisa então descansar de novo (Provérbios 26:13-16).
O preguiçoso recebe a instrução de ser aplicado: “O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente” (Provérbios 12:27). Ele deve olhar para o futuro e planejar o seu sustento. “O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha” (Provérbios 10:5). O padrão apresentado é a formiga: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tende ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento” (Provérbios 6:6-8). A formiga trabalha sem ser mandada, e se prepara para os dias de escassez. Algumas pessoas pensam somente nas necessidades momentâneas, esquecendo-se de que precisarão comer amanhã também.
Provérbios é claro sobre as consequências da preguiça: a pobreza e a necessidade (Provérbios 6:10-11). Apresenta-se uma descrição completa do campo de um preguiçoso: “Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi instrução. Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, a tua necessidade, como um homem armado” (Provérbios 24:30-34). O ocioso acabará sendo dominado pelo diligente, e ainda assim não terá nada (Provérbios 12:24; 13:4).
Vários textos dão instruções específicas ao servo (em nossa sociedade, o empregado o equivale em muitas situações). “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de cada um, se fizer alguma cousa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre” (Efésios 6:5-8). “Servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, ciente que recebereis do Senhora recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas” (Colossenses 3:22-25). “Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões, não furtem; pelo contrário, dêem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as cousas, a doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tito 2:9-10). Basicamente, as instruções de Deus para os que trabalham para outra pessoa são as seguintes: Œ Devem submeter-se ao patrão, obedecendo às suas instruções (a exceção a essa regra acha-se em Atos 5:29); 1. Não devem reclamar nem ser briguentos (veja Lucas 3:14); 2. Devem ser pacientes ainda que tratados injustamente; 3. Devem trabalhar esforçadamente, mesmo longe da supervisão do chefe; 4. Devem trabalhar como se estivessem servindo ao Senhor; ‘ Jamais devem roubar daqueles para quem trabalham, porque a vida deles deve ostentar a doutrina de Cristo.
As Escrituras também fornecem o padrão de conduta para os senhores (na sociedade atual, esses princípios podem ser aplicados aos que supervisionam os que trabalham). “E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas” (Efésios 6:9). “Senhores, tratai os servos com justiça e com equidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu” (Colossenses 4:1). Os patrões devem tratar com justiça aqueles que trabalham para eles e devem evitar fazer ameaças.
Os perigos
Há certas áreas relacionadas ao trabalho em que se deve tomar um cuidado especial para evitar as armadilhas de Satanás. É importante que a necessidade de trabalhar e de se sustentar não se corrompam tornando-se ganância e cobiça. Há pessoas que ficam possuídas pelo trabalho e pelo dinheiro e agem desonestamente para conseguirem mais. Outras fazem do trabalho um deus que lhes domina todo o ser. Deus deve ser a prioridade máxima. Jesus descreveu um rico fazendeiro que usou toda a sua energia em seu trabalho; o fim dele foi muito triste (veja Lucas 12:15-21). Jesus concluiu a história desta forma: “Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:21). Outros textos falam do contentamento e do grande perigo de amar o dinheiro (veja Mateus 6:19-21; 1 Timóteo 6:6-10).
O cristão deve trabalhar com diligência, mas jamais deve fazer do trabalho um deus.
Por Gary Fisher