Israel dá adeus à covid-19
Depois de serem vacinados, o povo de Israel brinda-se “sem máscara” nas ruas.
A notícia chega da Financial Times em Tel Aviv que a vida está “de volta ao normal” em Israel, com restaurantes e bares cheios de pessoas que erguem os copos para brindar “à Pfizer“.
Dos cerca de 7 milhões de adultos existentes no país, Israel já teve cerca de 4 milhões vacinados (vacina da farmaceutica Pfizer). O estratagema usado levou que recebessem já as duas doses da vacina contra a Covid-19 e isso foi o motivo de festejo à “normalidade” à vida nos restaurantes e bares, sem máscaras. É tudo um regresso normal, abraços, partilha de cigarros e brincadeiras entre membros de família sem receio algum.
A reportagem do Financial Times em Tel Aviv, dentre vários vídeos e fotos espalhados pelas redes sociais denunciam isso. Esta iniciativa de vacinação em massa coloca Israel entre os países mundiais mais “imunes de grupo”, pois além dos quatro milhões vacinados mais de um milhão de pessoas já receberam a sua primeira dose. Devido a partilha destas informações, uma quantidade enorme de doses da vacina da Pfizer foi entregue à Israel, criando assim uma estratégia de vacinação nacional, sendo 24h por dia, em todos os dias da semana. – o que permitiu ao país remover boa parte das limitações à vida quotidiana na semana passada.
Por este motivo, o povo israelense encontrou motivos de “brindar à Pfizer” e a “vida”. Isso é visível quando se passeia pelas ruas de Tel Aviv alguns dias após a reabertura. Mas isso não significa que todos removeram as suas máscaras, pois entre os que servem, sobretudo à mesa nas esplanadas e dos restaurantes e bares, o uso de máscara ainda é imperativo.
Por outro lado, ainda existem algumas restrições no que diz respeito ao número de pessoas que podem, por exemplo, frequentar o interior de um restaurante, mas essas limitações são menores quando se recorre ao chamado “passaporte verde”. Porém, como diz o jornal britânico, pouca gente parece estar a verificar se as pessoas têm, de facto, esses certificados de vacinação ou se não os terão forjado, como é fácil fazer, por sinal.
Mas, nem todos estão a favor dessa vacina, por questões de segurança da mesma. É notável a posição de jovens, no que diz respeito à questão da idade ou da boa saúde, que mostram uma segurança e desnecessidade desta aplicação. Em entrevista, Yossi, 28 anos, disse a Financial Times que acreditava na existência do vírus, mas recusava a vacina: – “Sou jovem, sou forte, os meus avós estão vacinados e os meus pais também – acredito no vírus mas não quero a vacina”, enquanto fazia seu exercício físico na praia.
“Apesar de tudo, este jovem diz que pode mudar de ideias se for obrigado a tomar a vacina por razões profissionais ou se houver necessidade de fazer quarentena de vários dias após uma viagem. Essa é uma das possibilidades que o governo israelita está a ponderar para convencer mais adultos jovens a vacinarem-se, numa altura em que já existe uma acumulação de vacinas em armazéns que contrasta com a escassez que existe noutros locais, incluindo na Europa.” informa o jornal OBSERVADOR.
É óbvio que este “renascimento” ainda não remove as cicatrizes económicas que forçaram inúmeros empreendimentos às moscas, pois a marca é muito mais profunda. Contudo, um estudo recente, feito neste país, revela que cerca de 3/4 dos israelitas ainda hesitam:
“Um homem de 48 anos, diabético, que falou à reportagem do F. Times, à porta da escola (reaberta) do filho, comparou o que sente àquilo que sentiria “um homem inocente que está preso e, de repente, alguém lhe atira uma chave para sair da cela. Ficamos ansiosos, perguntamos a nós próprios se é uma brincadeira… e se, mal saiamos, nos voltam a meter na cadeia?”. – concluiu o OBSERVADOR.
Fim
Texto: João Batista
Fonte: O OBSERVADOR
Imagens: Google